Termina sem acordo a reunião de Bush com Obama e McCain
Da Agência Brasil
Brasília - A reunião do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, com os candidatos à Presidência John McCain e Barack Obama, além de parlamentares republicanos e democratas, terminou sem acordo sobre o conteúdo do plano de recuperação financeira, segundo informa a Agência Lusa.
No encontro, que durou aproximadamente uma hora, a cúpula republicana se manifestou contra o acordo fechado horas antes no Congresso, o que obrigará os parlamentares a prosseguir as discussões sobre como amenizar os efeitos da crise econômica.
Durante a tarde, parlamentares informaram que haviam chegado a um consenso sobre as bases do pacote de US$ 700 bilhões proposto pelo governo, após quase três horas de negociações.
"Alcançamos um consenso fundamental sobre um conjunto de princípios", afirmou o senador democrata Christopher Dodd, segundo a BBC Brasil, sem dar detalhes. Ele disse acreditar que a proposta poderia ser ratificada pelo Congresso em votação nos próximos dias.
"Nós agora esperamos ter um plano que possamos aprovar na Câmara, aprovar no Senado e em que possamos ter a assinatura do presidente", reiterou o senador republicano Robert Bennett.
Segundo informações obtidas pela BBC antes da reunião entre Bush e os candidatos, a Casa Branca teria cedido em dois pontos da proposta original, para facilitar a aprovação do pacote pelo Congresso. O governo teria aceitado limitar os bônus dos executivos de companhias que serão beneficiadas com a ajuda; e também que a implementação do plano passe a ser supervisionada de forma independente.
Permaneceria indefinida a ajuda a pessoas com dívidas hipotecárias que correm o risco de perder seus imóveis. Tal ajuda é defendida por Barack Obama e estaria na mesa de negociações.
Ontem, durante pronunciamento, Bush afirmou que a crise no país é grave e se nada for feito para contornar a situação, poderá piorar. Em comunicado conjunto, Obama e McCain definiram o pacote de ajuda ao setor financeiro idealizado por Bush como "defeituoso", mas disseram que não devem ser poupados esforços para proteger a economia.
McCain suspendeu sua campanha e chegou a pedir o adiamento do primeiro debate entre os dois candidatos, marcado para amanhã, mas Obama não concordou. A Comissão de Debates Presidenciais dos EUA divulgou um comunicado na noite de ontem confirmando o encontro, que será na Universidade do Mississippi.
Bush vem tentando convencer o Congresso a aprovar o mais rápido possível um pacote de US$ 700 bilhões para resgatar empresas financeiras em dificuldades. Ele disse ainda que, normalmente, não concordaria com uma intervenção do Estado na economia, mas desta vez o país “não está em circunstâncias normais" e o mercado "não está funcionando adequadamente".
Caso o plano de recuperação da economia proposto pelo governo não seja aprovado pelo Congresso, mais bancos podem quebrar, ações irão cair ainda mais, faltará crédito para consumidores e muitos americanos poderão perder seus empregos, afirmou Bush em seu discurso.
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